domingo, 3 de março de 2013

Umbanda, quem és?


Quem sou? É difícil determinar.
Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.

Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e das senzalas.

Sou o cântico que chama ao convívio seres de outros planos.
Sou  a senzala do Preto Velho, a ocara do Bugre, a cerimônia do Pajé,  a encruzilhada do Exu, o Jardim da Ibejada, o nirvana do Indu  e o céu dos Orixás.

Sou o café amargo e o cachimbo do Preto Velho, o charuto do Caboclo e do Exu; o cigarro da Pomba- Gira e o doce do Ibejê.
 
Sou a gargalhada da Padilha, o requebro da Cigana, a seriedade do Tranca-Rua.

Sou o sorriso e a meiguice de Maria Conga e Cambinda, a traquinada de Mariazinha da Praia e a sabedoria do Sete Flechas.
Sou o fluído que se desprende das mãos do médium levando a saúde e a paz.

Sou o isolamento dos orientais onde o mantra se mistura ao perfume suave do incenso.
Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores.

Sou livre. Não tenho Papas. Sou determinada e forte.
Minhas forças? Elas estão no homem que sofre e que clama por piedade, por amor, por caridade.

Minhas forças estão nas entidades espirituais que me utilizam para o seu crescimento.
Estão nos elementos. Na água, na terra, no fogo e no ar; na pemba, na tuia, na mandala do ponto riscado.


Estão, finalmente, na tua crença, na tua Fé, que é o elemento mais importante na minha alquimia.
Minhas forças estão em ti, no teu interior, lá no fundo da última partícula da tua mente, onde te ligas ao criador.

Quem sou? Sou a humildade, mas cresço quando combatida.
Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura.

Sou o mistério, sou o segredo, sou o amor e a esperança. Sou a cura. Sou de ti.
Sou de Deus. Sou Umbanda.

Só isso. Sou Umbanda.
Saravá Umbanda.

Saravá Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Saravá todos os Orixás, Guias e Mentores que atuam nessa seara sagrada e bendita.

Saravá todos os irmãos de Fé – não importa de que atalho da estrada porque, por certo, todos
levam ao mesmo destino – que, com humildade e amor batalham para que  a Umbanda cresça.
Saravá para quem faz dela o templo e Saravá para quem ainda faz dela um teatro.

É como cantamos na Tenda: “Deixa a Umbanda melhorar, filhos de fé... Oi deixa a Umbanda melhorar”...
 
Grupo Fraternidade Luz do Caminho
Março 2013

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