Lúcia Helena dos Santos
Há dias em que temos a
impressão de se estar dentro de um espesso nevoeiro. Tudo parece monótono,
difícil e o coração fica triste. É a noite escura da alma. Era meu aniversário
e justamente um desses dias estranhos, quando uma voz interior me disse: Voce
precisa tomar chá de Alecrim. Fui ao jardim e lá estava o nosso viçoso pé de
Alecrim. Interessante é que quase todos os que visitam os nossos jardins
demostram afeição e respeito pelo Alecrim.
Confesso que nunca liguei
muito para ele. Mas, naquele dia, com toda reverência, colhi alguns ramos,
preparei um chá e o servi em uma linda xícara. O aroma era muito agradável e, a
cada gole que bebia, senti a mente ir clareando. Uma sensação de bem estar e
alegria foi se espalhando pelo corpo e senti uma enorme satisfação.
Fiquei muito impressionada com
a capacidade dessa planta transmitir alegria. Aliás, o nome Alecrim já lembra
alegria.
Resolvi pesquisar a respeito e
- veja só que maravilha!
O Alecrim – Rosmarinos officinalis
– planta nativa da região mediterrânea, foi muito apreciada na idade média e no
renascimento, aparecendo em várias fórmulas, inclusive a ´A água da rainha da
Húngria´, famosa solução rejuvenescedora.
Elizabeth da Húngria recebeu,
aos 72 anos, a receita de um anjo (ou um monge?) quando estava paralítica e
sofria de gota. Com o uso do preparado, recobrou a saúde, a beleza e a alegria.
O rei da Polônia teria chegado a pedi-la em casamento!
Madame de Sévigné recomendava
a água de Alecrim contra a tristeza, para recuperar a aleria. Rudolf Steiner
afirmava que o Alecrim é, acima de tudo, uma planta calolífera que fortalece o
centro vital e age em todo o organismo. Além disso, equilibra a temperatura do
sangue e, atravé dele, de todo o corpo. Por isso, é recomendado contra anemia,
menstruação insuficiente e problemas de irrigação sanguíne. Também atua no
fígado. E uma melhor irrigação dos órgãos estimula o metabolismo.
Um ex-viciado em drogas
revelou que tivera uma visão de Jesus que o tornou capaz de livrar-se do vício.
Jesus sugeria que tomasse chá de Alecrim para regenerar e limpar as células do
corpo, pois o Alecrim continha todas as cores do arco-íris.
O Alecrim é digestivo e
sudorífero. Ajuda a assimilação do açúcar (na diabete) e é indicado para recompor
o sistema nervoso após uma longa atividade intelectual. É recomendado para a
queda de cabelos, caspa, cuidados com a pele, lesões e queimaduras, para curar
resfriados e bronquites, para cansaço mental
e estafa, ainda para a perda de memória, aumentando a capacidade de
apendizado.
Existe uma graciosa lenda a
respeito do Alecrim. Quando Maria fugiu para o Egito, levando no colo o menino
Jesus, as flores do caminho iam se abrindo à medida que a sagrada família
passava por elas. O lilás ergueu os seus galhos orgulhosos e emplumados, o
lírio abriu o seu cálice. O Alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu-se
lamentando não poder agradar ao menino. Cansada, Maria parou à beira do rio e,
enquanto a criança dormia, lavou as suas roupinhas. Em seguida, olhou ao redor,
procurando um lugar para estendê-las. `O Lírio quebrará com o peso e o liás é
alto demais`. Colocou-as então sobre o Alecrim e ele suspirou de alegria, ela agradeceu
de coração a nova oportunidade e as sustentou ao sol durante toda a manhã.`Obrigada
gentil Alecrim, disse Maria. `Daqui por diante ostentará flores azuis para
recordarem o manto azul que estou usando. E não apenas flores te dou em
agradecimento, mas todos os galhos que sutentaram as roupas do pequeno Jesus,
serão aromáticos. Eu abençoo folha, caule e flor, que a partir desse instante
terão aroma de santidade e emanarão alegria`.
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